Curiosidades

A Corticeira Amorim tem investido de forma significativa em parcerias com produtores florestais, prestigiadas instituições académicas e científicas nacionais e internacionais e autoridades locais, de forma a conseguir encurtar o primeiro ciclo de extração do sobreiro. Em curso desde 2013, o Projeto de Intervenção Florestal tem por objetivo procurar respostas e soluções para os principais desafios enfrentados pela floresta de sobreiro. Através do desenvolvimento e implementação de sistemas de irrigação melhorada é possível reduzir o primeiro ciclo de extração de cortiça dos 25 anos para os 8 anos.

A cortiça é a casca do sobreiro (Quercus suber L). É uma matéria-prima totalmente natural, com propriedades únicas que lhe conferem um caráter inigualável. É leve, impermeável a líquidos e a gases, elástica e compressível, isolante térmico e acústico, tem uma combustão lenta e é muito resistente ao atrito. Além disso, é totalmente biodegradável, renovável e reciclável.

Composição química da cortiça:

  • suberina (45%) – principal componente das paredes das células, responsável pela elasticidade da cortiça;
  • lenhina (27%) – composto isolante;
  • polissacáridos (12%) – componentes das paredes das células que ajudam a definir a textura da cortiça;
  • taninos (6%) – compostos polifenólicos responsáveis pela cor;
  • ceróides (5%) – compostos hidrofóbicos que asseguram a impermeabilidade da cortiça.

A cortiça é composta por células de suberina com a forma de um minúsculo prisma pentagonal ou hexagonal, um ácido gordo complexo e preenchida com um gás semelhante ao ar, que ocupa cerca de 90% do seu volume. Possui uma massa volúmica média de cerca de 200 kg/m3 e uma baixa condutividade térmica.

Leveza
A cortiça é uma matéria-prima muito leve, pesa apenas 0,16 gramas por centímetro cúbico, e flutua.

Flexibilidade/compressibilidade
Cada rolha de cortiça é composta por cerca de 800 milhões de células estanques. Entre elas existe uma mistura gasosa que permite a compressão até cerca de metade da sua largura, sem perda de flexibilidade, e a descompressão e regresso à forma original. É o que se chama memória elástica. A cortiça é o único sólido que ao ser comprimido num dos lados não aumenta de volume no outro. Esta particularidade permite-lhe adaptar-se a variações de temperatura e pressão sem comprometer a sua integridade enquanto vedante.

Impermeabilidade
Graças à suberina e aos ceroides, é praticamente impermeável a líquidos e a gases.

Imputrescibilidade
A cortiça é altamente resistente à humidade, logo também à consequente oxidação e apodrecimento.

Isolamento
A cortiça é um excelente isolador térmico, acústico e vibrático. Quando transformada em rolhas, as suas propriedades isolantes contribuem para que seja a melhor proteção do vinho e bebidas espirituosas contra variações de temperatura ou contaminação e contra possíveis efeitos negativos das condições de armazenamento e transporte.

Na construção, comporta vantagens evidentes no plano da qualidade dos edifícios, do ar interior e do conforto, podendo ser utilizada na impermeabilização de infraestruturas, fundações e subpavimentos, em isolamento acústico e térmico e no revestimento final de solos, paredes, tetos, fachadas e coberturas.  

Biodegradável, reciclável e renovável
A cortiça é uma matéria-prima natural, 100% biodegradável, reciclável e renovável.

É o ar que preenche as células da cortiça que a torna num excelente isolador térmico. O mesmo princípio protetor pode ser encontrado noutros produtos da natureza, como a lã e as penas, e da indústria, como as janelas de vidro duplo, por exemplo. No entanto, nenhuma destas matérias tem um nível de isolamento tão elevado quanto a cortiça.

Não necessariamente. O genoma do Quercus suber L é o mesmo, pelo que não existem diferenças significativas consoante a origem. No entanto, observam-se diferenças individuais de árvore para árvore.

A produção mundial de cortiça é de 340 mil toneladas por ano, das quais 55% são oriundas de Portugal.

Este facto deve-se à alta especialização necessária para que a extração de cortiça seja feita sem danificar este activo precioso.

Ao longo da sua vida, o sobreiro pode ser descortiçado cerca de 17 vezes, com intervalos de nove anos, o que significa que a exploração de cortiça durará, em média, 150 anos.

primeiro descortiçamento chama-se desboia e dele obtém-se a cortiça virgem, que apresenta uma estrutura muito irregular e uma dureza que a torna difícil de trabalhar.

Nove anos depois, aquando do segundo descortiçamento, a cortiça, designada de secundeira, já tem uma estrutura regular, menos dura.

A cortiça destas duas primeiras extrações é imprópria para o fabrico de rolhas, sendo utilizada em aplicações para isolamentos, pavimentos, objetos decorativos, entre outros.

A partir do terceiro descortiçamento e seguintes obtém-se a cortiça amadia ou de reprodução. Só esta apresenta uma estrutura regular, com costas e barriga lisas, e com as características ideais para a produção de rolhas naturais de qualidade.

Do sobreiro nada se desperdiça, todos os seus componentes têm uma utilidade ecológica ou económica:

  • A bolota, fruto do sobreiro, é utilizada como propagação da espécie e também como forragem para animais e para o fabrico de óleos culinários;
  • As folhas são utilizadas como forragem e fertilizante natural;
  • O material que resulta da poda das árvores e os exemplares mais decrépitos fornecem lenha e carvão vegetal;
  • Os taninos e os ácidos naturais existentes na madeira da árvore são usados em produtos químicos e produtos de beleza.

No final de 2011, o sobreiro foi consagrado, por unanimidade da Assembleia da República, a Árvore Nacional de Portugal. Esta classificação está diretamente relacionada com a grande importância económica, social e ambiental que representa para o país. Cerca de 23% da área florestal portuguesa é constituída por sobreiros, que suportam a principal indústria do país, além de darem um contributo fundamental contra a desertificação social e de contribuírem sem paralelo para a preservação da biodiversidade associada ao montado de sobro. 

A importância do sobreiro em Portugal é reconhecida desde o século XIII, altura em que surgiram as primeiras leis de proteção da espécie.

Em Portugal o abate de sobreiros é proibido por lei e cada sobreiro é identificado individualmente, de maneira a assegurar a sua absoluta rastreabilidade.

O nome Quercus suber L. deriva do facto de o sobreiro pertencer à família dos carvalhos – «Quercus (carvalho) suber», por ser uma subespécie de carvalho – e L., de Lineu, que foi o primeiro botânico a descrever a espécie.

Em 2008 o artista albanês Saimir Strati entrou para o famoso Livro do Guinnesscom a construção do maior mosaico do mundo de rolhas de cortiça. A obra representa Romeu a tocar guitarra e mede 7,1 m de altura por 12,9 m de largura. Foram utilizadas 229 675 rolhas de cortiça de diferentes formas e cores, coladas entre si. O mosaico foi exposto no Sheraton Tirana Hotel, na capital da Albânia.

Antes, em 2006, já o francês Gerald Malou tinha entrado para o livro dos recordes, com a maior escultura de rolhas. A obra, com 2,35 m de altura, foi exposta em Gaillac, uma cidade no sudoeste de França, conhecida pelos seus vinhos.

Em Espanha, reside a maior coleção do mundo de rolhas de cortiça. Pertence a Antonio Fontela Blanco e a Rosa Maria Valdes Diaz, que começaram a colecionar rolhas em 1995. Entraram para o Livro do Guinness em 2002 com 744 rolhas de cortiça diferentes, oriundas de 284 marcas de cidra das Astúrias. A rolha mais antiga tinha então 60 anos.

C123H182O56N

A fórmula química da cortiça foi registada pela primeira vez pelo químico italiano Brugnatelli em 1787.

Porque é um excelente isolador térmico. Quando um foguetão ou uma nave espacial são projetados para o espaço, a sua estrutura é sujeita a temperaturas superiores a mil graus centígrados. O mesmo acontece no regresso à Terra, assim que a nave entra em contacto com a atmosfera terrestre. Basta uma cobertura de um composto de cortiça com uma espessura entre 1,6 cm e 2,5 cm, dependendo da carga térmica que terá de suportar, para proteger a nave da propagação das chamas. A cortiça é aplicada em componentes críticos para a segurança do vaivém – normalmente no cone e noutras partes dos foguetes de propulsão acoplados à nave.

Durante o Euro 2016, em França, foi estreada uma solução pioneira para relvados naturais com cortiça incorporada. Esta tecnologia tira partido das propriedades únicas da cortiça para um terreno de jogo mais resistente e seguro. Graças à elevada absorção ao choque do material, reduzem-se os impactes até 40%, protegendo as articulações dos jogadores.

Fonte: Corticeira Amorim

https://www.amorim.com/