Projeto

A produção mundial de cortiça tem vindo a diminuir em quantidade e qualidade com inerente impacto económico. Este facto deve-se à perda de vitalidade dos sobreiros (Quercus suber) ao longo das últimas décadas atribuída a más práticas de gestão, maior ocorrência de agentes bióticos nocivos, alterações climáticas, entre outros. A preservação do sobreiro e do ecossistema Montado é imprescindível para que possamos continuar a usufruir não só da cortiça produzida mas também de um património valioso para as populações da Bacia Mediterrânica. A rentabilidade da exploração de cortiça está diretamente relacionada não só com a quantidade produzida mas, também, com a sua qualidade. A qualidade da cortiça, definida como a sua adequação tecnológica aos produtos a que se destina, constitui um fator determinante da rentabilidade de todo o sector económico ligado a esta matéria-prima sendo um dos objetivos principais dos produtores e industriais. Como referido, a produção mundial de cortiça tem vindo a diminuir, estimando-se atualmente uma produção de 220 mil toneladas de cortiça amadia, valor inferior em cerca de 40% ao da produção de 1970. A amadia é considerada a cortiça rentável, sendo obtida a partir do terceiro descortiçamento em sobreiros com mais de 40 anos, e que eventualmente poderá ter a qualidade exigida para a produção de rolhas. Tem-se verificado não só uma redução na produção de cortiça, devido a fenómenos de mortalidade, mas também uma redução na qualidade da mesma, comprometendo a demanda de rolhas naturais no mercado global. Além disso, a redução, tanto na quantidade como na qualidade de cortiça poderá ter efeitos bastantes negativos na manutenção dos povoamentos por parte dos produtores, que eventualmente poderão optar por outras espécies florestais ou votar ao abandono as suas áreas.

Pelas razões acima referidas, a possibilidade de se poder extrair cortiça precocemente, respeitando o perímetro estipulado por lei para a desbóia (primeiro descortiçamento – 70 cm a 1.30m de altura do fuste) e sem danos para a árvore, poderá melhorar a capacidade de resposta do mercado corticeiro às necessidades de procura do produto a médio prazo, favorecendo toda a fileira da cortiça, desde os produtores, transformadores e compradores, incluindo o meio rural e os trabalhadores, cuja economia está ligada a este sector.

Considerando o acima exposto, o presente Grupo Operacional pretende, através da transferência, aperfeiçoamento e monitorização de um conceito de gestão silvícola recentemente desenvolvida, nomeadamente através da fertirrigação de novas áreas florestais de sobro, demonstrar uma oportunidade a todos os envolvidos diretamente no presente consórcio bem como aos demais stakeholders da fileira da cortiça, evidenciando e envolvendo diretamente todos os potenciais interessados na transferência/intercâmbio de conhecimentos técnico-científicos recentes no sentido de possibilitar e validar um novo conceito, já numa escala de adoção a nível dos produtores florestais, centrado na fertirrigação controlada de novas plantações florestais de sobro.

Quadro Financeiro

Comparticipação Comunitária

302 607,98€   (90%)

Comparticipação Nacional

33 623,11€   (10%)

Apoio Financeiro Público

336 231,09€   (75%)

Participação do Beneficiário

112 076,36€   (25%)